quarta-feira, 30 de julho de 2008

Maria Eugênia

"Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir..."



Geni e o Zepelim sempre me tocou. Quando eu era menina lembro que "joga pedra na Geni" me causava um certo medo... A crueldade da cidadezinha contra a moça Geni me deixava aterrorizada! A cantora goiana Maria Eugenia deu a essa canção de Chico Buarque uma dramaticidade única. Amei. Não sei muita coisa sobre ela, só sei que ela é goiana, já gravou 4 Cd's e agora lançou um DVD ao vivo. Quem me apresentou foi um amigo que está de partida. Então hoje, em homenagem a ele, eu trago a Maria Eugênia pra cantar aqui!

terça-feira, 22 de julho de 2008

domingo, 13 de julho de 2008

Ana Cañas

Faz algum tempo que a Ana Cañas faz parte do meu universo sonoro. Eu a conheci cantando Cazuza na TV. Depois veio o CD e as músicas próprias... as letras tão contemporâneas, tão femininas. Uma poética do cotidiano, do jeito que eu gosto. E com uma performance cênica divertida. Recomendo! Faz bem pra saúde (física, mental e espiritual)!




sábado, 12 de julho de 2008

Leila Miccolis

Conservas

"No meio das noites, a noite
em que se fantasia cometer loucuras:
a tia tenta o suicídio,
o primo foge de casa,
a irmã se prostitui,
a cunhada sai pela rua, nua,
o menor incestua...
Uma noite singular,
uma noite sem par,
uma noite só.
Depois, arrependidos, todos voltam
a viver dos conselhos da vovó."

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Hipersensivel


Falando sério, meus sentidos são ainda muito selvagens. O mundo sempre me pareceu excessivo, carregado, com estímulos demais. As formas, cheiros e gostos me atraem de forma especial. Me tragam. Eu os trago também. Um brilho nos olhos, a languidez de um corpo, o branco dos pêlos, o ritmo de uma respiração, a velocidade com que alguém diz, ou pára, suas palavras, a textura das mãos, o som dos risos, o gosto da pele... isso me atinge em cheio, e vai compondo conjuntos que se misturam com minhas lembranças e pensamentos... e eu deliro. Sim, eu deliro. Muito. Eu em plena conversa, eu sonho acordada.

Às vezes a melodia de uma voz me interessa, mais que a conversa toda. Poucas coisas me interessam verdadeiramente nas pessoas e a maioria delas são pedaços de pessoas, de coisas, de animais, plantas... como fluxos sempre parciais de intensidade que ressoam em mim. Parece que preciso atrofiar alguns sentidos para viver nesse mundo. Se não é loucura, é overdose.

O mundo me inunda. Tenho até medo de enchente! Se mistura com minhas águas interiores.... E cria redemoinhos internos, cachoeiras, lagos e pequenas poças que refletem paisagens, algumas antigas, já cansadas, e outras por vir, desconhecidas, algumas promissoras, outras não... Tem vezes que a água do mundo congela minhas águas internas e então eu sinto muito frio. Outras vezes a água do mundo explode em gêiseres dentro de mim, me põe em ebulição, a ferver...

A questão é que sempre fui muito sensível mesmo. Hipersensível.