sábado, 31 de janeiro de 2009

As tribos do Omo

O vale inferior do Rio Omo, situa-se a 800 Km de Adis Abeba e abriga varias tribos africanas, tais como os Karo, os Mursi, Os Hamer, os Bume, os Konso, os Olmorate... Ali, nos confins da Etiópia, Hans Sylvester* fotografou durante seis anos homens mulheres e crianças que são gênios de uma arte ancestral. Eles tem o gênio da pintura e seus corpos de dois metros de altura sao como uma imensa tela.

A região vulcânica fornece uma imensa paleta de pigmentos coloridos: ocre vermelho, caulim branco, verde revestido, amarelo luminoso e cinzento. A forca de sua arte esta em três palavras: os dedos, a velocidade e a liberdade.

Desenham com as mãos abertas, com a extremidade das unhas, as vezes com pedaços de madeira e cobrem-se de colmo - um caule esmagado. Mergulham os dedos na argila e em poucos minutos decoram o peito, os seios, a púbis, as pernas, o rosto. Gestos vivos, rápidos, espontâneos, semelhantes ao movimento essencial que procuram os grandes mestres da pintura ocidental, tais como Miro, Klee, Picasso, Pollock, Tapies...

O desejo de decorar-se, embelezar, seduzir é um jogo e um prazer permanente.

* O livro de Hans Sylvester, que reúne essa coleção espantosa de fotografias dessas tribos do Omo, chama-se "Natural Fashon: Tribal decoration from Africa".













Fotos: Hans Sylvester
Um verdadeiro assombro, nao?

Um comentário:

Nico Nicodemus disse...

O que distingue o ser humano dos outros animais não é a capacidade de pensar, mas sim de criar: criar instrumentos, metáforas, transformar o mundo ao se dispor e, mais que tudo: criar o belo, inspirar-se na natureza e fazer arte. A criatividade nos eleva às alturas!!!